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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Diário de um atrasado mental

Olá pessoal, vou postar uma página do “Diário de um atrasado mental”, um projecto que está a ser desenvolvido e que pode ser visto numa Bertrand dentro de 2 anos ao pé do “Diário de Anne Frank”.

08/10/1972

Eu sonhava outrora em ter uma doença de ricos. “Doença de ricos?!” – perguntam vocês… Sim doença de ricos! Eu nunca me conformei com o facto de em toda a minha vida ainda não ter tido uma doença de ricos. Várias vezes me senti enjoado, mas nunca com um “mal-estar”. Já me cheguei a sentir deprimido, mas os médicos sempre insistiam na tese de “chateado com a vida”.

Eu sonhava com um relatório médico que me desse sinais de uma pequena doença de classe alta qual fosse. Mas nunca. Nem quando me falaram daquele doutor “O Miguelote” que diagnostica doenças de ricos. Foram-se uns 200 euros na consulta e 100 nos exames, e para quê? Tonturas! Muito diferente de “ligeira má-disposição”, como eu sonhava ver escrito no atestado médico.

“Aldrabão!” – desabafei eu hoje aos meus colegas, quando contei pela milésima vez a história da minha avó que um dia teve uma “enxaqueca”, embora os mais velhos digam que apenas foi uma dor de cabeça. Mas agora já não me sinto irritado, talvez já não tenha forças para isso. No final de contar a história da minha avó e enquanto os meus colegas se riam eu fiz uma promessa diante deles – “Um dia, um filho meu há-de ter uma alergiiiiiaaaaaa!” – mas poucos me levaram a sério.


09/10/1972

Hoje liguei para mim próprio. Não estava.
Voltei a ligar mais tarde e deixei uma mensagem para mim, que eu mesmo ouvi já pela noite dentro.
Liguei-me de volta à minha pessoa e atendi.
Discuti comigo durante quinze minutos e desliguei irritado.
Nunca mais atenderei uma chamada minha.

PS: Prometo que nunca mais volto a fazer um post com humor negro: sabem o que diz uma chinesa para um chinês depois de terem relações sexuais? - "Chinaste-me toda!"

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